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O STF e o vínculo empregatício para PJ

Texto originalmente publicado pelo site: https://www.contabeis.com.br/

O Supremo Tribunal Federal (STF) é o órgão máximo do Poder Judiciário brasileiro e tem competência para julgar, entre outros, os casos de reclamação constitucional. A reclamação constitucional é uma ação constitucional que tem por objetivo preservar a competência do STF ou garantir a autoridade das suas decisões.

As hipóteses de cabimento da reclamação constitucional estão previstas no art. 989 do Código de Processo Civil, que estabelece que a reclamação poderá ser proposta quando:

  • Houver inobservância de decisão do STF;
  • Houver abuso de poder ou usurpação de competência do Supremo;
  • Houver desrespeito à sua autoridade.

É um instrumento importante para garantir a supremacia da Constituição e a autoridade de suas decisões, permitindo que o STF atue para impedir que decisões judiciais violem a Constituição ou desrespeitem a sua autoridade.

A seguir, serão apresentados alguns exemplos de situações em que a reclamação constitucional pode ser utilizada: um juiz de primeira instância decide uma ação em desacordo com uma decisão do STF ou até mesmo um órgão público desrespeitar uma decisão dele. Nesse caso, o STF pode ajuizar uma reclamação constitucional para que o órgão seja compelido a cumprir a decisão.

A reclamação constitucional é um instrumento processual que tem sido utilizado com frequência pelo STF nos últimos anos. Ela tem sido importante para garantir a supremacia da Constituição e a autoridade de suas decisões. A reclamação constitucional é importante por diversos motivos, tais como:

Ela garante:

  • A uniformização da jurisprudência. Quando o STF decide uma questão constitucional, a sua decisão deve ser aplicada por todos os órgãos do Poder Judiciário. A reclamação constitucional permite que o STF garanta que as suas decisões sejam cumpridas, mesmo pelos órgãos que não estão vinculados ao sistema de precedentes;
  • A efetividade da Constituição, pois é a lei suprema do país e deve ser aplicada por todos os órgãos do Poder Judiciário; c) a independência do STF.
  • A reclamação constitucional é um instrumento importante para garantir a supremacia da Constituição e a autoridade das decisões do STF.

Ela é um instrumento processual que tem sido utilizado com frequência pelo STF nos últimos anos e tem sido importante para a consolidação do Estado de Direito no Brasil.

Na recente decisão proferida pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma Reclamação Constitucional (RCL) ganhou destaque ao cassar uma decisão da Justiça do Trabalho que havia reconhecido o vínculo de emprego entre um diretor de programas e o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).

A RCL 63380 abre um importante precedente para outras ações semelhantes que envolvem a relação entre empregadores e trabalhadores no Brasil. O caso em questão envolveu um diretor de programas que buscava o reconhecimento de sua condição de empregado da TVSBT Canal 4 de São Paulo. Este diretor havia atuado na emissora por um período substancial, de setembro de 2010 a abril de 2021, sob um contrato firmado por meio de uma pessoa jurídica da qual ele era sócio.

Inicialmente, o juízo da Sexta Vara do Trabalho de Osasco (SP) acolheu o pedido do diretor, condenando a empresa ao pagamento de diversas verbas trabalhistas. Esta condenação foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), que considerou que a prestação de serviço se desenvolvia nos moldes da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

No entanto, o SBT levou o caso ao STF, argumentando que o diretor atuou na emissora em nome da empresa da qual era sócio, ou seja, por meio de um contrato para prestação de serviços especializados de produção de programas de televisão. A emissora alegou que o reconhecimento do vínculo violou a jurisprudência do Supremo, que valida formas alternativas de trabalho diversas da relação de emprego. A ministra Cármen Lúcia acatou essa argumentação, cassando a decisão do TRT-2.

Essa decisão da ministra Cármen Lúcia estabeleceu um importante precedente no âmbito das reclamações constitucionais no STF, destacando a flexibilidade e a consideração de diversas modalidades de relação de trabalho.

O caso destaca a complexidade das questões trabalhistas no Brasil e a necessidade de equilibrar os direitos dos trabalhadores com a liberdade das empresas em definir suas estruturas de emprego. A decisão impactará futuros casos que envolvem a delimitação dos vínculos empregatícios no país envolvendo a Pejotização.

Jorge Matsumoto – Sócio Conselheiro da área trabalhista do Bichara Advogados. Mestre e Doutor em Direito Internacional do Trabalho pela USP e professor convidado nos cursos de pós-graduação do Insper e FGV-SP.

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