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‘Lista suja’ do trabalho escravo chega a 289 empregadores

A atualização da “lista suja” do trabalho escravo, elaborada pelo  Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) agora chega a 289 empregadores flagrados nas operações de combate à prática ilegal. Desde outubro, quando passou a ser conhecida, foram incluídas outras 132 empresas e pessoas. É o maior acréscimo desde que a lista voltou a ser publicada, em 2017, após impasses impostos pelo governo do ex-presidente Michel Temer.

Ao todo são 109 pessoas físicas e 23 empresas que impuseram aos seus funcionários condições análogas à de escravidão. São empregadores que exploram mão de obra em condições degradantes, restringindo a liberdade dos trabalhadores, sequestrando documentos e submetendo-os a jornadas exaustivas sem, muitas vezes, nenhuma remuneração. A relação dos nomes na ilegalidade é divulgada desde 2004 e é atualizada semestralmente, sempre em abril e outubro de cada ano.

Listas

A partir do governo Michel Temer, a lista depende de uma “determinação expressa do ministro do Trabalho”, depois de uma regulamentação do cadastro de empresas. Os impasses seguiram em 2021, já no governo de Jair Bolsonaro (PL), quando a Controladoria-Geral da União (CGU) tentou dificultar o acesso a dados dos autos de infração das empresas autuadas por trabalho escravo. No início de março deste ano, o ministro da Justiça, Flávio Dino, confirmou que o governo federal voltaria a liberar a “lista suja”.

Minas lidera

Até quarta-feira passada a relação tinha 174 nomes na ilegalidade. A nova atualização só inclui decisões quando não cabem mais recursos de casos de trabalho escravo flagrados pela Inspeção do Trabalho entre 2018 e 2022. Entre os novos registros, o estado de Minas Gerais lidera com 35 casos. Em seguida, vêm por Goiás, com 15 e Piauí, com 13.

Confira:
Minas Gerais (35)
Goiás (15)
Piauí (13)
Pará (11)
Paraná (8)
Maranhão (8)
Bahia (7)
Santa Catarina (7)
Rio Grande do Sul (6)
Mato Grosso do Sul (6)
Mato Grosso (5)
São Paulo (2)
Distrito Federal (2)
Pernambuco (2)
Ceará (1)
Rio Grande do Norte (1)
Rondônia (1)
Roraima (1)
Tocantins (1)

Lista completa

O Ministério do Trabalho afirmou, em nota oficial, que apenas nos três primeiros meses de 2023, mais de mil trabalhadores já foram resgatados da condição de trabalho escravo. As atividades em que mais foram encontradas vítimas foram o cultivo de cana de açúcar, atividades de apoio à agricultura, produção de carvão vegetal, cultivo de alho e cultivo de café.

Ao todo, 17 nomes foram excluídos da lista. A fiscalização envolve auditores da pasta e representantes da Defensoria Pública da União, dos Ministérios Públicos Federal (MPF) e do Trabalho (MPT), da Polícia Federal e de outras forças de segurança.

A “lista suja” completa pode ser conferida aqui.

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