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Mulheres indígenas protestam em Brasília contra o marco temporal

A 2ª Marcha Nacional das Mulheres Indígenas retoma os protestos e segue, na manhã desta sexta-feira (10), para a W3, em direção à Praça do Compromisso, onde o índio Galdino Jesus dos Santos foi assassinado, há 24 anos.
As mulheres indígenas de 172 povos integram uma mobilização que começou no mês passado, em Brasília. O movimento acompanha o julgamento do marco temporal das terras indígenas no Supremo Tribunal Federal (STF).  O marco temporal trata das reservas indígenas e, pelo projeto em análise, elas só podem ser consideradas legítimas se tiverem sido ocupadas antes da constituição de 1988.

Durante a marcha, as mulheres indígenas também defendem direitos dos povos e reivindicam a demarcação de novas reservas indígenas, além de se fazerem oposição a propostas políticas de liberar a mineração em seus territórios e de flexibilizar as normas de licenciamento ambiental em todo o país. Além disso, os atos discutem a violência contra os povos indígenas como um todo e a violência de gênero que acomete mulheres indígenas.

Em cima do carro de som, a líder indígena Sonia Guajajara, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), discursou. “Somos contra a mineração, o Projeto de Lei 191 que querem aprovar a qualquer momento e contra o PL 490 pelo o qual abrem a porteira para a grilagem”.

“Estamos aqui para dizer não ao agronegócio que quer destruir nossas aldeias e nossos povos”, completou Guajajara, que foi a primeira mulher indígena a concorrer numa chapa à presidência da República, em 2018.

Emocionada a sobrinha de Galdino, Clarisse Rezende, lembrou a morte do tio. “Ato de covardia queimar vivo um ser humano, um índio que veio em busca de nossos direitos. Sabemos que ele morreu lutando e estamos aqui para dar continuidade ao que ele veio buscar. Demarcação já e marco temporal não”, defendeu.

A marcha estava prevista para acontecer na Praça dos Três Poderes na última quinta (9), mas foi cancelada devido à tensão presente em Brasília por conta das manifestações do 7 de setembro. A presença de manifestantes bolsonaristas na Esplanada dos Ministérios gerou insegurança na realização do movimento indígena.

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