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Otimismo da economia para 2024: menos desemprego

A economia brasileira perdeu força no segundo trimestre, com um crescimento de 0,9% em relação ao trimestre anterior, após alta de 1,8% de janeiro a março, informou nesta sexta-feira (1°/9) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Apesar da desaceleração, o resultado surpreendeu positivamente: ficou acima das expectativas dos analistas, que era de uma alta de 0,3% na comparação trimestral.

O resultado positivo é explicado, segundo o IBGE, pelo bom desempenho da indústria (0,9%) e dos serviços (0,6%), pelo lado da oferta. Na ponta da demanda, investimentos (0,1%), consumo das famílias (0,9%) e consumo do governo (0,7%) também tiveram desempenho positivo.

A agropecuária, que tinha sido o destaque no trimestre anterior, teve um recuo de 0,9% na comparação com o período imediatamente anterior. O setor tinha registrado uma alta de mais de 20% de janeiro a março, na comparação trimestral, devido à sazonalidade da safra recorde de soja, cuja colheita se dá nos meses iniciais do ano.

Mas nem tudo é pessimismo nas perspectivas para a economia brasileira no ano de 2024, principalmente.

O Bradesco, por exemplo, lançou em agosto um estudo apontando que é possível que o crescimento potencial do país tenha aumentado – se isso for verdade, o PIB pode surpreender novamente no próximo ano, avaliam os economistas do banco.

O PIB potencial é a capacidade de crescimento do país, uma variável não observável e que, portanto, precisa ser estimada pelos analistas.

Após diversos resultados do PIB acima do esperado nos últimos anos, o banco foi investigar quais as possíveis razões para isso. As análises mostraram que o motivo não estava no comportamento do investimento, nem do consumo, mas sim, possivelmente, no mercado de trabalho.

Antes, o Bradesco estimava que a taxa de desemprego de equilíbrio do país (aquela em que o nível de emprego não contribui para acelerar a inflação) era de 9%, mas agora o banco avalia que ela pode, na verdade, ser mais baixa, de 7,5%.

Bradesco estimava que a taxa de desemprego de equilíbrio do país era de 9%, mas agora o banco avalia que ela pode ser de 7,5%

Segundo Myriã Bast, economista do Bradesco responsável pelo estudo, isso talvez seja fruto da reforma trabalhista de 2017 e também de mudanças na dinâmica do trabalho no pós-pandemia, algo que vem sendo observado em outros países, e não só no Brasil.

“Se tivermos um PIB potencial maior de fato, vamos conseguir no ano que vem uma desaceleração menor [da economia]”, diz Bast.

“Todo mundo prevê um PIB menor em 2024 do que em 2023, por alguns motivos: o agro que ajudou muito esse ano e não deve ter o mesmo desempenho ano que vem, e também a política de juros, que ficou elevado por muito tempo esse ano e ainda tira crescimento do ano que vem”, enumera a economista.

“Mas se nosso potencial é maior, especialmente por conta dessa taxa de desemprego de equilíbrio mais baixa, devemos ainda ver uma geração de empregos mais forte no ano que vem.”

Em julho, a taxa de desemprego do país caiu a 7,9%, menor nível para o período desde 2014, segundo o IBGE. O país tinha então 8,5 milhões de desempregados, 3,8% a menos do que um ano antes.

Sergio Vale, da MB Associados, também avalia que o crescimento em 2024 pode surpreender.

“No ano que vem, commodities não vão crescer na intensidade deste ano, mas a safra ainda deve ser bem positiva – e sem esquecer que a taxa de juros vai estar caindo, o que é outro sinal favorável”, cita o economista.

“Tem o efeito de preços de alimentação mais baixos, o que ajuda a população mais pobre, a reforma tributária que é um incentivador aos investimentos – então tem uma economia em 2024 que talvez possa surpreender de novo.”

Fonte: BBC Brasil

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