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Sindicalismo analisado por quem vive o dia a dia do movimento

 

  • Wilson Pereira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh)

Qual a importância do dia 1º de Maio?

O Dia do Trabalhador sempre foi uma data do orgulho de toda categoria laboral e merece ser encarado dessa maneira. O trabalhador, do mais humilde ao mais graduado, representa o homem ou mulher que vive de sua mão de obra, que usa da sua capacidade e inteligência para contribuir com o desenvolvimento da nação e das grandes representações empresariais.

Trabalhador é aquele que transforma, que produz, que executa, que bota a mão na massa. Geralmente é relegado a funções subordinadas, mas independentemente de graduação, é o auxiliar imprescindível no mundo da produção. Todos sabem que o maior castigo ao homem honesto e servidor é o desemprego e o impedimento de ter uma vida digna e independente. Isso afeta a dignidade, o respeito e a credibilidade de qualquer um.

Marx nos ensinou: “O que distingue uma época econômica de outra, é menos o que se produziu do que a forma de o produzir.” A desvalorização do que produz é um crime que se comete ao desenvolvimento de uma nação.

Quais os principais desafios enfrentados hoje pelo trabalhador e pelo sindicato da sua categoria?

Como nos recentes tempos de desvalorização do trabalhador e da sua representação, na situação atual o problema continua. Mas temos que reconhecer que o grande erro está na desmobilização sindical. Precisamos sim cumprimento das leis que já existem e uma regulamentação condizente para que todos tenham força e benefícios. E quem sabe um dia voltar a comemorar o Dia do Trabalhador com orgulho.

O Sindicalismo é o movimento social dos trabalhadores e tem por objetivo principal a proteção dos interesses trabalhistas e das classes trabalhadoras. Os trabalhadores agrupados e conscientes de suas atividades têm o papel ativo na condução da sociedade. Não há patrão sem trabalhador, não há empresa sem mão de obra. E os sindicatos devem compensar o poder dos empregadores na relação dos contratos, quase sempre desiguais e conflitantes entre o capital e o trabalho.

Entrevista de Wilson para o site da Central de Benefícios

  • Moacyr Auersvald, vice-presidente da Contratuh e presidente da Nova Central Sindical

Qual a importância do 1º de Maio?

O trabalhador é o símbolo da nossa luta. Durante todos os anos que atuo no sindicalismo só tive um foco, o trabalhador! E é nele que está a nossa sustentação. Tenho consciência de que o trabalhador solitário não alcança seus objetivos, mas unido ele tem um poder inimaginável. E é na busca desta segurança que o movimento sindical vem se desenvolvendo há longos anos. Temos resistências até dentro do mundo político, mas o importante não é esmorecer. É continuar lutando, é buscando direitos, é fortalecendo nossos braços para atingir os objetivos. As vezes ganhamos, as vezes enfrentamos revezes. Mas não nos curvamos diante dos obstáculos. Cada um deles é um incentivo para continuar a batalha.

Quais os principais desafios enfrentados hoje pelo trabalhador brasileiro?

Saímos de dois governos totalmente contrários ao sindicalismo. Aos poucos vamos tentando restabelecer nossas forças. Há uma conspiração muito grande de alguns segmentos que trabalham para convencer o trabalhador que o sindicalismo só vive de interesses financeiros. Escondem do trabalhador que ele se enfraquece toda vez que vira as costas para o seu movimento. O empresário tem o máximo interesse de que toda negociação trabalhista transcorra entre ele e o empregado. E o trabalhador incorre no desconhecimento dos seus direitos, cedendo a pressão de quem lhe dá emprego, como se não houvesse qualquer compromisso que seja, a favor de quem dá em troca o suor do seu rosto e do seu labor. É este sistema viciado no velho escravagismo que foi cultuado durante anos na formação histórica do nosso povo. E isso precisa acabar. As diferenças sociais precisam ser corrigidas, o cidadão comum precisa ser respeitado e para isso ele precisa contar com um setor que lhe dê amparo e o prepare para ser honrado. Só com a união de classe é que esse direito será valorizado. E é por tudo isso que o trabalhador precisa refletir e saber que o sindicalismo fará dele uma fortaleza. Patrão nenhum é inimigo. Mas trabalhador nenhum precisa ser escravizado. Hoje buscamos emprego decente, menos juros, correção do Imposto de Renda, aposentadoria digna, valorização dos servidores públicos, igualdade salarial entre homens e mulheres, redução da jornada de trabalho e principalmente a valorização do salário mínimo.

  • Jesuíno Pereira de Oliveira, presidente do Sindicato dos Empregados em Turismo e Hospitalidade de Umuarama – Paraná (Sethosu-PR)

Qual a importância do dia 1º de Maio?

É uma data importante e estamos aguardando a criação de novos postos de trabalho na nossa área e que os sindicatos negociem mais benefícios para o trabalhador.

Quais os principais desafios enfrentados hoje pelo trabalhador e pelo sindicato da sua categoria?

Maior desafio nosso é a negociação salarial, conseguir melhores salários. A situação do mercado de trabalho na área de turismo e hospitalidade melhorou depois da pandemia, mas as pessoas precisam se qualificar para conseguir emprego. Estamos propondo cursos de qualificação na área do turismo. Maioria dos empregados pede cursos para áreas diversas como garçons, cozinheiros.

Entrevista de Jesuíno para o site Central de Benefícios

  • Odeildo Ribeiro, presidente do Sintrahotéis Espírito Santo

O que é para você o 1º de maio?

A data é um marco histórico na luta pelos direitos dos trabalhadores. Para mim, o 1º de Maio representa uma importante celebração internacional do Dia do Trabalhador, que remonta às lutas históricas dos trabalhadores por melhores condições de trabalho, dignidade e direitos sociais. É um dia de reflexão sobre as conquistas alcançadas ao longo da história do movimento trabalhista e uma oportunidade para renovar o compromisso com a defesa dos direitos dos trabalhadores em todo o mundo. Tudo começou em 1889 pela Segunda Internacional Socialista, na qual um congresso realizado em Paris reuniu os principais partidos socialistas e sindicatos de toda Europa. Dessa forma 1º de maio se tornou o Dia do Trabalho, os participantes desse encontro prestaram uma homenagem aos operários e a uma greve ocorrida na cidade de Chicago (EUA) no ano de 1886. A data foi marcada pela reunião de milhares de trabalhadores que reivindicavam a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Já no Brasil a data foi consolidada em 1924, no governo de Getúlio Vargas, a data que antes era comemorada o dia do trabalhador, se tornou o dia do trabalho. No entanto, mesmo com muitos avanços ao longo do tempo, ainda enfrentamos diversos desafios em relação ao trabalho atualmente, como discriminação no emprego, direitos sociais e condições de trabalho, acredito que juntos podemos ultrapassar essas barreiras e formar um ambiente justo, digno e igualitário.

Quais os principais desafios enfrentados hoje pelo trabalhador e pelo sindicato da sua categoria?

É o aumento da informalidade no país, principalmente em razão das grandes dificuldades agravadas na pandemia, adaptação das novas formas de trabalhos como a “uberização com plataformas digitais”, disseminação de notícias falsas “fake news”, e a pior delas, a terceirização da atividade fim da empresa. Ter que conviver e enfrentar, grande carga tributária, e ter salários são engolidos pelos impostos!

  • Rejane Cabral, líder do Secohtur de Santa Maria RS

Rejane, pelo Sindicato Dos Trabalhadores no Comércio Hoteleiro, Restaurantes, Bares e Similares, Refeições Coletivas, Agências de Turismo, Condomínios e Turismo e Hospitalidade de Santa Maria, RS – Secohtur, preferiu fazer uma reflexão sobre o atual cenário do primeiro de maio.

Para ela “há um retrocesso constante nas lutas sindicais, desde a reforma trabalhista que tolheu muitos direitos dos trabalhadores, sendo um deles, a desobrigação da rescisão de contrato na entidade sindical, ato de extrema importância na ligação com os trabalhadores e a entidade representativa.

A onda de negativas ao trabalho dos dirigentes, tanto nas tratativas de negociação de clausulas de convenção para a melhoria de trabalho ou da vida financeira dos chamados empregados, que os empregadores insistem em chamar de colaboradores, termo sutil para não dar a entender que na pratica se assemelha ao trabalho escravo, onde o empregado troca o seu tempo por quireras de salário que não sustenta a sua família.

Para completar as dificuldades da luta das entidades sindicais, passamos pelo Tsunami da crise do Corona Vírus, arrebatando muitas vagas de trabalho, além das vidas do pessoal de frente das empresas, enquanto seus empregadores administravam de longe com o uso da tecnologia e este fato fez com que as entidades sindicais perdessem a gama de representação dos seus trabalhadores, reduzindo os quadros ao percentual de 80% dos associados dos sindicatos.

Com o enfraquecimento de representação e financeiros das entidades sindicais estas se resumem a atender aquele trabalhador que procura o estabelecimento após a sua rescisão de contrato na empresa para conferir seus valores e direitos, o que implica em maior dificuldade de uma discussão com os empregadores para uma possível correção.

Esta imagem dos sindicatos, pós desligamento dos trabalhadores, desestabiliza a regra de representação, pois acaba que os sindicatos dos empregados, se disponibilize a auxiliar mais os desempregados, na luta por concertar direitos perdidos durante o período laborar.

Assim, o dia do trabalhador fica imerso às dificuldades cada vez mais emergentes no dia a dia dos sindicatos, deixando a desejar aqueles momentos de confraternização e de exaltação por conquistas que não são deslumbradas neste contexto.

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