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29% das mulheres sofreram violência física ou verbal em 2022

A pesquisa Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil mostra que quase três de cada 10 mulheres (28,9%) acusaram alguma violência ou agressão no ano passado.

Os números são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e do Datafolha. As formas são diversas e vão desde xingamentos até tiros e esfaqueamento, até com perseguição e espancamento.

Esta série histórica é considerada a pior de todas. Comparada com 2021, cresceu 4,5 pontos percentuais. É invariável: todas as formas de violência contra a mulher aumentaram no último ano. Foram pesquisadas, de 9 e 13 de janeiro, cerca de mil mulheres acima de 16 anos em todas as regiões do país.

Foram insultos, humilhações e xingamentos as violências mais comuns, segundo 23,1% das mulheres ouvidas. Perseguição ou amedrontamento (13,5%) e ameaças (12,4%), vem a seguir. Agressão física, como chutes, socos e empurrões somam 11,6% e ofensas sexuais, 9%. Outras 5% foram vítimas de ameaça com armas de fogo ou faca.

O governo Bolsonaro é apontado como culpado pela “falta de financiamento” das políticas contra à violência à mulher. Mas a pesquisa também mostra os impactos da pandemia nos serviços de acolhimento às vítimas. Também houve o crescimento do “ultraconservadorismo”, que elegeu o combate à igualdade de gênero como uma das suas principais bandeiras.

Números da pesquisa

Por mais que reclamem, 45% das entrevistadas nada fizeram diante das agressões. As queixas ficam restritas à família (17,3%) e amigos (15,6%). Só 14% denunciaram os agressores nas delegacias da mulher e 8,5% denunciaram em delegacias comuns. Apenas 1,6% recorreram a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), enquanto outras 4,8%, para a Polícia Militar. Há ainda 3% das queixosas que recorreram às Igrejas também aparecem como ponto de apoio.

Cerca 38% “resolveram sozinhas”:

* 21,3% não acreditam que a polícia pudesse resolver
* 10,9% preferiram não envolver a autoridade policial
* 14,4% alegaram falta de provas para denunciar o agressor
* 12,8% revelaram medo de represálias.

Casos íntimos

* 33,4% sofreram violência física ou sexual de parceiros ou ex-parceiros ao longo da vida. 27% a mais do que a média mundial.
* 27,6 milhões de mulheres sofreram violência de parceiro íntimo ao longo da vida no Brasil.
* “24,5% tiveram agressões físicas como tapa, batida e chute.
* 21,1% foram forçadas a manter relações sexuais contra a vontade.
* Os resultados para as mulheres que passaram por violência psicológica, como humilhações, xingamentos e insultos de forma reiterada, o percentual de violência por parceiro íntimo chega a 43%”.
* 48% de mulheres pretas declararam ter sofrido algum tipo de agressão ao longo da vida.
* 43,8% são mulheres pardas.
*  36,9% das mulheres brancas foram vítimas de agressões.
* a violência atinge principalmente jovens de 25 a 34 anos (48,9%), com ensino fundamental (49%) e que têm filhos 44,4%.
* o assédio sexual também foi recorde no país, em 2022.  46,7% disseram que sofreram algum tipo de assédio.
* 41%, inclui cantadas e comentários desrespeitosos nas ruas.
* 18,6% foram vítimas desse tipo de comportamento no ambiente de trabalho.
* 12,8% sofreram assédio físico no transporte público.
* 11,2% foram abordadas de maneira agressiva, por toques no corpo, durante festas e baladas.
* 8% disseram que tentaram se aproveitar enquanto estavam alcoolizadas.
* 6% das mulheres foram agarradas ou beijadas a força, em qualquer situação.

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